"Fica"

Não me deixes...

Não quero ir!

Não me deixes...

Olha para mim!

Não me deixes

Sem me explicar o porquê,

Não agora...

Preciso de ti

Do jeito como me fazes rir,

De como implicas comigo,

Dos sorrisos de criança.

Não vás...

Agarra-me e não vás.

Diz que me Adoras,

Só mais esta vez!

Lembra-te de quem já fomos,

De quem voltámos a ser...

Não me deixes...

Juras

Jurei não cair

Jurei não me perder

Jurei não me entregar

Disse basta… Pus um ponto final…

Comecei a viver

Encontrei o sorriso… Encontrei-me

Mas regressaste…

Como um filme já visto

Paixão já esquecida

Memória apagada

Chegaste como o vento

De surpresa… Baralhaste tudo

Viraste-me a vida do avesso

Projectaste-me numa viagem ao passado

Tornaste-te de novo no ar

Tornaste-te na vida

Na luz… Na minha luz

Jurei não acreditar

Jurei dizer que não

Jurei não me apaixonar

Jurei tanto… Não cumpri nada

Estás aqui

Um dia tudo muda,

Diziam...

Um dia a felicidade chega,

Duvidava...

Hoje sinto!

Se tudo não é perfeito

Não me incomoda.

Se há dias maus

Não me preocupa.

Estás aqui,

O "Eu" passou a "Nós",

O "Meu" passou a "Nosso".

Sorris e no pior dos dias o Sol brilha.

Dizes que me adoras e tudo o resto é insignificante.

Se não te esperava

Agora quero-te...

Um dia tudo mudou,

Um dia a felicidade chegou...

Um dia encontrei-te...

Encontrei-me

Hoje...

Hoje lembrei-me de ti

Nem sei porquê

Dei por mim assim

Parada no tempo

Perdida nas lembranças

Ofuscada pelos sentimentos

Hoje lembrei-me de mim

Sem razão aparente

Revivi o que sofri

As lágrimas no rosto

O aperto no peito

O vazio da alma

Hoje… Olhei…

Senti-me personagem

De um filme repetido…

Percebi que certos lugares nos transportam

Para memórias que julgámos perdidas

Hoje foi tudo tão real

Tão presente e tão distante

Hoje lembrei-me de ti…

Lembrei-me de mim…

Mas à muito que me esqueci de nós…

Alma Fria

Transformo-me

Torno-me, a cada dia, num ser frio

Mostro emoções que não são minhas,

Sorrisos que não me aquecem...

Se chorar já não sei,

E indiferente me vejo.

Mudo

Duvido que para melhor

Não sinto,

Não sei se sinto...

Recuso o mesmo filme ver,

Sem final feliz ter...

Não deixo que me amem

Mas não choro as lágrimas que já chorei.

Auto-Retrato

Metade de uma vida

O que és…

Um corpo sem alma,

Um coração vazio.

O que sentes…

Uma necessidade de nada

E tanto também…

O que vês…

Um sorriso sem fundo

Um olhar que gelou.

Suspiro profundo

Mas vão

Se a alma não acalma

E a luz parece não ver…

O que sou?

Apenas metade de uma vida…

Quem és tu?

O que é isto que sinto?

Quem és tu que me fazes sentir?

Um sorriso constante

Uma luz que se acende

Um sopro… Fresco

De vida… De cor

Tão certa do meu caminho

Da minha solidão precisa

Quem és tu?

De onde vieste?

Uma revolta no meu Mundo

Que julgava só meu

Um olhar que me lê

Que me vê como sou

Fraca… Cheia de falhas

Que me adora assim…

Quem és tu?

O que vês?

Que medo me toma contigo

Maior ainda sem ti

Que vontade de fugir

De não sentir

Dou voltas, voltas e voltas

Mas acabo sempre aqui…

Quem és tu?